segunda-feira, 4 de outubro de 2021

IGREJA DO CORPO SANTO

 

A Igreja do Corpo Santo não tem uma data em que foi construída, mas já fazia parte de Pernambuco desde 1635.

 A primeira representação gráfica confirmada é do ano de 1609, e uma estampa de 1631 mostra a igreja voltada para o mar com o largo na frente da fachada, no atual Bairro do Recife. De 1630 a 1654,  a Igreja do Corpo Santo foi transformada no principal templo calvinista, inclusive servindo de cemitério para importantes figuras do Brasil holandês, como o irmão do Conde Maurício de Nassau, João Ernesto de Nassau, o conselheiro político e depois senhor de engenho, Servaes Carpentier e do almirante Lichthart. A igreja estaria hoje nos bairros de Santo Antônio e São José, caso não fosse demolida.
Segundo o arquiteto José Luiz Mota Menezes, os holandeses acrescentaram ao prédio uma torre sineira conforme o estilo arquitetônico neerlandês da época. 
No mapa acima, o "T´Recif de Pernambuco", do livro História ou Anaes dos Feitos da Cia. das Índias Ocidentais de Joannes de Laet, publicado em Leiden, 1644.




Por Luis Schlappriz - http://www.recife.pe.gov.br/cidade/projetos/bairrodorecife/tx4.htm, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=34638172

No dia 18 de novembro de 1711, logo após o fim da Guerra do Mascates, foi instalado no largo o Pelourinho  do Recife. Ainda no século XVIII, a Igreja do Corpo Santo foi ampliada, ganhando uma fachada em pedra lioz no estilo neoclássico inspirada na Igreja de São Estevão de Lisboa.

Em 1913, o conjunto arquitetônico foi demolido para a construção da Avenida Marquês de Olinda.


Trabalho de demolição do Largo e da Igreja do Corpo Santo, em 1913.



Jornais que comentavam sobre a demolição da igreja

"Matriz do Corpo Santo

Sabemos estar designado o dia 9 do corrente para ser assignado a escriptura publica da compra da egreja-matriz do Corpo Santo do Recife. Assignarão a escriptura o exm. sr. arcebispo de Olinda d. Luiz de Britto e os representantes das quatro corporações existentes na matriz. Pelo governo federal o credito afim de occorrer à desapropriação da egreja do Corpo Santo e Arco da Conceição, monta à importante somma de (ilegível). S. exc. d. Luiz, attendendo ao pedido do conego João Augusto, dispensou a assignatura do ...vigario ao contracto de desapropriação. As mesas regedoras do Sacramento, Almas, Passos e Rosario serão representadas cada qual do por si, pelos irmãos nomeados. Manoel Carvalheira, Augusto Fernandes, Barão da Casa Forte e José Moreira de Sousa Primo. As obras do porto, encarregada das aberturas das avenidas Central e Marques de Olinda, já lavrou o competente termo"
Assinatura da desapropriação da igreja do corpo santo, dia 03 de janeiro 1913, Jornal do Recife.

"Igreja do Corpo Santo - Chega-nos ao conhecimento estar firmado o accôrdo entre a commissão fiscal e o exm. sr. d. Luiz de Britto, bispo de Olinda, para a desapropriação da Igreja do Corpo Santo. Bem razão tivemos quando, terminando uma das nossas gazetilhas sobre o assumpto, dissemos esperavamos d. Luiz de Britto não seria ponto de resistencia contra a abertura da Avenida Marquez de Olinda, cujos resultados extraordinarios para nossa cidade, estão na consciência do publico. E aquelle prognostico realizou-se, como esperavamos, o que nos coube da mais justa satisfação. O exm. ser. bispo accorda na desapropriação referida Igreja por 500 contos de réis incluindo nesta quantia o arco da Conceição que fica situado na estrada da actual rua da Cadeia, (...) cedida gratuitamente, uma ...ao Forte do Mattos, para ser, ali edifcado o novo templo. Os nossos applausos ao illustre sacerdote".
Desapropriação da Igreja do Corpo Santo, dia 30 de outubro de 1910. Jornal do Recife.



Diario de Pernambuco, 07 de fevereiro de 1912

Arcebispo Luiz Raymundo da Silva Britto, que assinou a desapropriação da Igreja do Corpo Santo para abertura da Av. Marquês de Olinda





No Jornal do Recife, do dia 19 de fevereiro de 1913, relata sobre as providências dos jazigos que estavam na Igreja do Corpo Santo. 
Quando ocorreu a grande reforma da malha urbana do Bairro do Recife (chamada de Bairro São Frei Pedro Gonçalves, protetor dos pescadores) no início do século XX, a irmandade e a imagem do Senhor Bom Jesus dos Passos e todas as outras imagens pertencentes a esta igreja foram transferidas para a Igreja da Madre de Deus, hoje, próximo ao lado do Shopping Paço da Alfândega.
A  mais famosa e antiga procissão do Recife, a Procissão dos Passos, realizada pela primeira vez em 1654, como pagamento de uma promessa que os comandantes militares portugueses e brasileiros haviam feito caso vencessem os holandeses, foi transferida para a Igreja Madre de Deus que ainda é atualmente, seu ponto de partida na época da Quaresma.


sábado, 2 de outubro de 2021

História do Recife

 

História

A origem do Recife remonta à terceira década do Século XVI, quando era uma estreita faixa de areia protegida por uma linha de arrecifes que formava um ancoradouro. Devido as suas características físicas favoráveis, o local passou a abrigar um porto. E no entorno dele, que servia a Vila de Olinda, formou-se um povoado com cerca de 200 habitantes, em sua maioria, marinheiros, carregadores e pescadores. O assentamento ocupava a península correspondente ao que é hoje o Bairro do Recife.
Por se tratar de região portuária, a atividade comercial desenvolveu-se rapidamente impulsionando o crescimento do povoado. E em 1537, a constituição da Vila do Recife é registrada. No século XVII, com o desenvolvimento econômico da colônia, o porto prosperou favorecendo a expansão da vila que toma forma de cidade. A atividade açucareira também cresceu e as margens dos cursos d’água passaram a serem ocupadas por engenhos e casebres, enquanto os rios tornaram-se caminhos navegáveis para transporte dos produtos.
Em 1630, Olinda, então centro da capitania, é invadida e incendiada por holandeses. Contudo, os invasores se estabeleceram nas terras baixas do Recife, seja porque o sítio de Olinda não favorecia aos seus interesses militares e comerciais, seja pela semelhança do Recife com a Holanda. Desse modo, colonos, soldados, habitantes de Olinda e imigrantes judeus iniciaram a ocupação da Vila do Recife.
A partir do Século XVIII, o desenvolvimento da cidade se apóia no comércio externo e a urbanização portuguesa incide predominantemente sobre o antigo território holandês, de forma espontânea, caracterizada por ruas estreitas, que se abrem em pátios onde se destaca a construção religiosa.
No Século XIX, a cidade já apresenta um tecido densamente urbanizado que corresponde ao atual centro histórico surgido dos aterros das áreas alagadas e mangues, a partir da ocupação holandesa.
sé.
Em divisão territorial datada de 1-VI-1995, o município é constituído do distrito sede.
Em divisão territorial datada de 15-VII-1999, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.

Formação Administrativa

A povoação do Recife surgiu em 1561 passando, no ano de 1637, sob domínio holandês a denominar-se Maritzstad (Mauricéia), em homenagem a Maurício de Nassau.
Elevada à categoria de vila com a denominação de Recife, por Carta Régia de 1911-1709. Instalada em novembro de 1771.
Pela Resolução de 31-07-1817, e Lei Municipal n.º 1, de 06-04-1892, é criado o distritos de Poço de Panela e anexado a vila de Recife.
Por Alvará de 25-08-1789, é criado o distrito de Santo Antônio e anexado à vila de Recife.
Pela Lei Provincial n.º 173, de 20-11-1846, é criado o distrito de Várzea e anexado a Vila de Recife.
Distrito criado com a denominação de Recife, por Alvará de 20-03-1772, e Lei Municipal n.º 1, de 06-04-1892.
Elevado à condição de cidade e sede municipal, por Carta Imperial, de 05-12-1823.
Elevado à Capital do Estado, por Portaria, de 29-12-1825, confirmado pela Resolução de 15-02-1827.
Pela Lei Municipal n.º 1, de 06-04-1892, foram criados os seguintes distritos: Afogados, Boa Vista, Encruzilhada, Graças, Poço da Panela, Santo Amaro, São Frei Pedro Gonçalves e São José e anexados ao município de Recife.
Pela Lei n.º 8, de 28-06-1893, é criado o distrito de Peres e anexado ao município de Recife.
Pela Lei n.º 95, de 27-04-1896, foram criados os distritos de Madalena e Torre e anexados ao município de Recife.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído de 14 distritos: Recife, Santo Antônio, 1º e 2º distritos de São José, 1º e 2º distritos de Boa Vista, 1º e 2º distritos da Graças, 1º, 2º e 3º distritos Afogados, Torre, Poço da Panela e Várzea.
Nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de 1-IX-1920, o município aparece constituído de 18 distritos: Recife, Afogados, Boa Vista, Caxangá, Graças, Ilha Fernando de Noronha, Ilhas do Pina, Madalena, Areias, Nogueira, Peres, Poço da Panela, Pombal, Santo Amaro, Santo Antônio, São José, Torres e Várzeas.
Pela Lei Estadual n.º 1.931, de 11-09-1928, Recife adquiriu os distritos de Tigipió e Beberibe, respectivamente, dos municípios de Jaboatão e Olinda.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 10 distritos: Recife, Afogados, Beberibe, Boa Vista, Graças, Poço (ex-Poço da Panela), Santo Antônio, São José, Tigipio e Varzea.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1936, município é constituído de 4 distritos: Recife, Boa Vista, Afogados e Graças.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1937, o município é constituído de 5 distritos: Recife, Fernando de Noronha, Boa Vista, Afogados e Graças.
Pelo Decreto-lei Estadual n.º 92, 1938, o município de Recife figura unicamente do distrito sede, entretanto, abrange 10 zonas: Recife, Santo Antônio, São José, Afogados, Boa Vista, Graças, Poço, Várzea, Tejípio e Beberibe.
Pelo Decreto-lei Federal n.º 1.402, de 09-02-1942, desmembra do município de Recife o distrito de Fernando de Noronha. Elevado à categoria de Território Federal.
Pelo Decreto-lei n.º 324, de 31-07-1942, o município de Recife ficou dividido em 4 sub-distritos: 1º Recife, Santo Antônio e São José; 2º Boa Vista, Santo Amaro, Graças e Encruzilhada; 3º Afogados, Madalena, Tijípio e Boa Viagem; 4º Poço, Casa Amarela, Várzea e Beberibe.
Em divisão territorial datada de I-VII-1960, o município é constituído do distrito sede e se compõem de 15 zonas administrativas: Recife, Boa Vista, Santo Amaro, Graças, Encruzilhada, Afogados, Madalena, Tejipió, Boa Viagem, Poço, Casa Amarela, Várzea, Beberibe, Santo Antônio e São José.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-1-1979.
Pela Constituição Federal de 1988, o território de Fernando de Noronha foi extinto e sua área reincorporada ao Estado de Pernambuco.
Em divisão territorial datada de 1988, o município é constituído do distrito sede e se compõem de 15 zonas administrativas: Recife, Boa Vista, Santo Amaro, Graças, Encruzilhada, Afogados, Madalena, Tejipió, Boa Viagem, Poço, Casa Amarela, Várzea, Beberibe, Santo Antônio e São José.
Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído do distrito sede.
Em divisão territorial datada de 2001, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Fonte

Recife (PE). Prefeitura. 2014. Disponível em: http://www2.recife.pe.gov.br. Acesso em: jan. 2014.

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Bandeira do Recife

 Através da Lei 11.210, de 15 de dezembro de 1973, a municipalidade recifense instituiu uma bandeira para a cidade, composta de símbolos que se referem a fatos memoráveis da história do Recife. A bandeira do Recife é retangular e tem por base três colunas verticais, sendo que as laterais são em azul e a central em branco, reportando às cores da bandeira do Estado de Pernambuco, do céu brasileiro e da paz. A força e a fé, ideais almejados pelo ser humano, são representados pela frase em latim Virtus et Fides.



Hino de Recife


Instituído pela Lei Municipal n. 108, de 10 de junho de 1924

Mauriceia, um clarão de vitória,

A visão de tua alma produz.
Toda vez que do cimo da história, Se desenha
o teu nome de luz

(Coro)
Tecida de claridade
Recife sonha ao luar
Lendária e heroica cidade,
Plantada à beira-mar
(2x)

Mauriceia, um fulgor vive agora,
Que da Pátria foi belo fanal.
Dezessete! Que data e que aurora,
Coroando a cidade imortal.

(Coro)
Tecida de claridade
Recife sonha ao luar
Lendária e heroica cidade,
Plantada à beira-mar
(2x)

E depois, com suprema ousadia,
Uma voz se exaltou senhoril,
Vinte e quatro! É daqui que irradia,
Nova luz para o céu do Brasil

(Coro)
Tecida de claridade
Recife sonha ao luar
Lendária e heroica cidade,
Plantada à beira-mar
(2x)

Ficha técnica
Letra: Manoel Aarão
Música: Nelson Ferreira

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

MARCO ZERO (postagem em construção)

 

1940, Marco Zero, fonte: Revista Life.

Marco Zero (2013) 


Fonte: Google Maps, jun 2021


Monumento do Barão do Rio Branco, hoje Marco Zero.
A Praça Barão do Rio Branco, localizada na Avenida Alfredo Lisboa, é conhecida como Praça do Marco Zero por nela se encontrar o quilômetro zero das estradas de Pernambuco,  que foi instalado no dia 31 de janeiro de 1938. A Praça, que está voltada para o Cais do Porto, na confluência dos eixos das Avenidas Rio Branco e Marquês da Olinda, surgiu com a renovação urbanística do Bairro do Recife na década de 1910. No centro da Praça está localizado um Monumento ao Barão do Rio Branco, feito de bronze com aproximadamente 2,5 m de altura, obra do escultor francês Félix Charpentier e inaugurado em 19 de agosto de 1917. Ao redor da Praça estão localizados os prédios da Associação Comercial de Pernambuco; da Caixa Cultura, antiga Bolsa de Valores; do antigo London River Plate Bank, que também já sediou o  Banco do Estado de Pernambuco (Bandepe), o Instituto Cultural Bandepe, o Instituto Cultural Banco Real e o Santander Cultural; e a sede do Nassau, construído no local do antigo Banco do Brasil. Atualmente a Praça Barão do Rio Branco é formada por um marco de cor vermelha doado pelo Clube do Automóvel e em seu centro se encontra uma rosa dos ventos, feito pelo pintor Cícero Dias.
Disponível em: http://www.recife.pe.gov.br/cidade/projetos/bairrodorecife/1_xx.htm. Acesso em:out.
 2015.


Monumento do Barão do Rio Branco (hoje,  ano 2021, deslocada próximo a praça do Marco Zero)
É a estátua pedestre do barão, imponente, de bronze. Tem dois metros e oita centímetros de altura, sobre o pedestal de pedra. O barão traja casaca e colete. As luvas estão na mão direita e o polegar esquerdo enfiado no bolso da calça. Cabeça calva. O olhar se perde ao longe, no Oceano.
Filho do visconde, o Barão do Rio Branco é vulto dos mais notáveis do Brasil (1845-1912). Foi jornalista e parlamentar, geógrafo, historiador e estadista. Como pesquisador, escreveu "Notas biográficas", "Efemérides brasileiras" e "D.Pedro II".


Marco Zero


Marco Zero (à noite)